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O Cilostazol é um inibidor seletivo da fosfodiesterase tipo 3 (iPDE3) que atua como agente antiplaquetário e vasodilatador, sendo utilizado principalmente no manejo da claudicação intermitente. O Cilostazol é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) de qualquer severidade, apesar de nunca ter sido estudado diretamente em doentes com IC.
Esta advertência foi imposta pelo FDA devido a experiências prévias com uso crônico de Milrinona oral, outro iPDE3 com características farmacológicas similares ao Cilostazol. O estudo mais comumente citado como referência para essa advertência é o PROMISE trial, publicado no NEJM em 1991, que randomizou 1.088 pacientes com IC de classe funcional III e IV para receber Milrinona oral (n = 561 pacientes) ou placebo (n = 527) durante aproximadamente 6 meses. Vale lembrar que esses pacientes recebiam a terapia convencional da época, composta por digoxina, diuréticos e iECA, mas sem beta-bloqueador. O PROMISE não mostrou melhora na função cardíaca com o uso de Milrinona oral em relação ao placebo, mas resultou em aumento significativo de arritmia, hipotensão e mortalidade.
O Cilostazol causa aumento dose-dependente da frequência cardíaca e seu uso crônico está associado a extrassistolia ventricular e taquicardia ventricular não-sustentada, independentemente da dose recebida. Extrapolando os efeitos observados com a Milrinona, presume-se que o risco do Cilostazol na IC aumente após um mês de uso.
Lembrando do nosso mapa mental sobre agentes usados no tratamento da claudicação intermitente:
Tenho arritmia cardiaca posso tomar cilostazol